Sabe aquela “massinha cinzenta”
que carregamos de um lado para o outro na cabeça? É uma pena dizer que
ultimamente ela sirva somente como carga ou de equilíbrio para manter seu corpo
sobre os pés. Esta mesma “massinha” que corresponde a 93% da sua cabeça e é
responsável por todas as relações internas e externas do corpo humano estão
fechando seus portos. Na verdade, esta crise interna já iniciou há muito tempo,
e parece que o pacto colonial renasceu com o comércio exclusivo com sua metrópole:
o egoísmo.
Este órgão é o que nos permite o pensamento.
Mas atualmente o permitir e o conseguir estão separados por um abismo tão profundo
que ao cairmos nós mesmo nos perderemos na escuridão. Uma escuridão que existe
por não sabermos conciliar o ato de refletir com a ação que deverá vir depois,
e o que ocorre é o inverso, passamos a pensar no que foi feito quando percebemos
suas consequências. Consequências tão espessas que, por assim serem, se
tornaram algo comum como se fosse sensato ou necessário existirem.
Porque o
espírito revolucionário não nasce dentro de nós em um momento como este para tal
pacto ser desfeito? Ah! Porque estamos tão apegados ao egoísmo que o mesmo
parece abstrair o conceito de um mundo melhor. Acostumamos-nos e acomodamos
enquanto grande parte da população se mantém afastada de toda a sociedade,
tanto financeiramente quanto até mesmo socialmente, deixando claro que a moeda
que liga este pacto é o preconceito.
O ato de
pensar que se encontra em uma negociação surpreendente através do preconceito com
o egoísmo, não analisa a importância de cada um na sociedade. Todos nós
dependemos um dos outros para estarmos vivos, mesmo que seja indiretamente. O
entrosamento entre as pessoas é o que deu origem a necessidade de existir uma
sociedade que aos poucos vai sendo destruída por um comércio que nada racional
ainda explora os recursos pessoais interior: o amor.
Sem amor, o
ser humano vai seguindo nesta relação que atualmente conhecemos por guerras,
conflitos, fome, miséria, destruição, degradação, vandalismo, desigualdade,
racismo, luxúria, inveja, corrupção e essas relações vão seguindo, sendo
transportada pelos navios da despreocupação no imenso mar da sociedade.
O preocupante
de todo este assunto que é tratado com tanta desimportânia é que a “massinha
cinzenta” parece estar extinta de nós. O egoísmo é tanto que ele mesmo vai
corroendo este órgão, que nos levaria a reflexão, de que o fim de tal pacto é
essencial para existir qualidade de vida.
A preocupação é, na verdade, com
capital e o ‘social’ sempre sai como o submisso ou dependente do anterior, e
seu “bem-estar” fica sujeito a valores tão baixos, que seria milagre ele
conseguir suprimir todas essas necessidades tão claras em nosso dia-a-dia e por
serem tão claras tornam-se praticamente ocultas de nossos olhos.
Infelizmente é assim e será por
muitos anos, se é que um dia terminem...
Vamos todos dar as mãos e pular
deste navio? E quando chegarmos neste mar tão violento, ainda de mãos dadas, nadaremos
juntos? E juntos vamos protestar contra este pacto? E no fim deste pacto, vamos
voltar a refletir? Refletindo perceberemos que ter o preconceito como moeda não
é favorável, e converteremos estes valores? Esta conversão mudaria toda a
política econômica do país? E o que esta mudança causaria em mim, em você, nos
outros?
O pacto está a cada ano
aumentando a incidência de seu real objetivo. Os dias estão sendo tão decadentes
que parece aos poucos consumirem nossos sonhos, nossos desejos e o possível “mundo
melhor”. Porque fechar os olhos e
ignorar?
Em um futuro próximo, este mesmo
pacto será o responsável para a nossa destruição: a destruição do nosso
espírito social. E este futuro pode ser daqui a dois minutos, no próximo mês ou
ainda no outro ano. Abrir os olhos agora já seria o primeiro passo para impedir
o dia que esta destruição consumirá os próximos de toda a humanidade.
Esta na hora de olharmos no
espelho, sem vedar os olhos, e reconhecer nossos próprios erros antes de
condenarmos todo o resto da sociedade.
Por: Wesley Carlos