Alguns pássaros cantavam as longe. O Sol despertava indicando o inicio de mais um dia, e sorri. Saio da barraca, caminho sobre algumas pedras, sento-me e fico a observar o mar. O calor do sol acertava em minhas costas desprovidas de roupas e a brisa do mar em minha face nua. Algumas garças passam sobre mim, e o sabor salgado da água veio-me a boca quando a onda bate contra a rocha. Este mesmo sabor fez-me refletir por instantes.
Comparei as pessoas boas do mundo com a água doce e as má com a salgada. Logo me lembro de intensidade, a água do mar possuí mais que o dobro em relação à quantidade de água doce. Enquanto a doce se encontra em uma minoria, e parte desta se encontra congelada.
Novamente o sabor salgado vem aos lábios. Enquanto o contato com a água doce torna-se insípida, logo se torna notável e incomodante com a salgada.
Antes de trazer os dados para a realidade, lembro-me ainda que o rio – água doce – se entrega ao mar, e com isto me deparo com o maior erro da humanidade.
Uma nuvem escura passa cobrindo o sol, minha companhia ainda dormia na barraca.
Encontramos no mundo pessoas diferentes, com caráter e atitudes diferentes; pessoas boas e ruins; “doces” e “salgadas”.
O mar é belo e muitas pessoas se atraem por ele. As pessoas “salgadas” também são atraentes e dissimuladas, sendo este seu encanto para “salgar” suas presas.
No entanto, este não seria o grande problema. Na verdade o problema é que o “doce” já se encontra em desvantagem. Grande parte se entrega ao mar, a outra se torna vitimas a serem “salgadas”, mas a maioria se encontra fria e sem movimentos, para o que esta acontecendo, como se estivesse congeladas.
A cada dia – minuto para ser mais exato – o número de “salgados” aumenta no mundo assustadoramente, e ao invés de tentarmos evitar ficamos imóveis perante o caos da marginalização social. Hoje, essa grande massa faz do mundo seu saleiro independente de quem está no meio. “Açúcar” dentro do “saleiro”, acaba sendo confundida com “sal”, aumentando o número de “doces” injustiçados pelo país.
Além dos “doces” já estarem em enorme desvantagem alguns encontram vantagens e se deleitam ao mar de impudência tornando esta minoria ainda menor e inconformada.
A nuvem descobria o sol e percebi isto com o contato de seu calor sobre meu corpo, minha companhia parecia se movimentar na barraca. A brisa movimentava meus cabelos sobre os olhos...
Aonde a sociedade irá parar com tantas pessoas ruins e atitudes não pensadas? Até quando os homens se entregaram ao erro? Porque ao invés de tentarmos mudar ficamos imóveis? Porque o bem se encontra em desvantagens e sujeitos ao mal? Será possível o “sal” se tornar insípido ou a humanidade parecerá de “hipertensão”?
A água salgada após o contato mostrava seu incomodante sabor, pouco já a faz sentir. Já a doce nem seu sabor mostra de tão pura e cristalina. Atualmente, estamos perdendo esta pureza e o melhor da vida. A “água salgada” já está a ponto de invadir tudo como um tsunami que arrasta o que está em seu caminho e engole em suas águas.
Ouço passos por trás de mim e uma mão fria tampa-me os olhos:
- Adivinha quem é? – perguntou a voz feminina ao meu ouvido.
- Acredito que seja uma doce pessoa. – respondi sorrindo.
- Sim, e que está louca para se salgar! – completa retirando suas mãos sobre meus olhos.
Levanto-me, deixo que ela tire minha bermuda, a pego nos braços e pulo da rocha ao mar incomensurável.
Fiquei muito contente em saber que vc gostou do meu blog e está me seguindo. Eu também adorei o seu. Como vc escreve bem! Foi com prazer que acompanhei suas ideías. Obrigada pelo seu blog, ele é um presente.
ResponderExcluir"Amores são águas doces.
ResponderExcluirPaixões são águas salgadas.
Eu queria que a vida fosse
Essas águas misturadas."
Garoto, contato feito! Gostei do que li, voltarei mais vezes. E obrigado pelos elogios na minha página, são recíprocos. Um abraço pra ti também.