Sabe aquele sentimento que nasce,
cresce e ao invés de sumir da mesma forma que chegou vai invadindo cada vez
mais, tomando conta de cada pedacinho do nosso coração e trazendo para dentro
dele pessoas que se tornam tão especiais e que passamos a amar de uma forma tão
profunda que chega a ser inexplicável: este é o verdadeiro amor! Aquele amor
que consome, que une, que traz magoa, que perdoa, que sabe valorizar e que luta
e mesmo não sendo correspondido continua a tentar, a insistir.
O amor deixa esperança e
por mais longe que esta esteja para ser alcançada nos anima a querer continuar
com um sentimento que na verdade causa um bem enorme por simplesmente viver
dentro de nós.
Passamos a olhar para aquela
pessoa com outros olhos, passamos a conhecer seu interior e nesta viajem é
impossível não conhecer algo além do que pensava, algo por vezes mais belo,
mais apaixonante.
Sorrimos, mesmo estando triste!
Olhamos com mais intensidade, o coração começa a vibrar, um frio corre pelo
corpo causando um arrepio: neste momento passamos a amar e este novo amor se
soma ao primeiro e a equação dá no resultado improvável e que por vezes leva ao
sofrimento.
Amedrontamos-nos em como agir, e
ficamos parados. O amor é tanto que vai comandando cada órgão do seu corpo
dando uma timidez que nem si próprio sabia que possui... Gaguejamos, choramos
escondidos, ficamos frágeis.
Depois de encontrar a metade das
nossas falhas, a metade de nossas imperfeições, e por assim ser, tornam-me
perfeito a mim mesmo acaba fazendo ter saudade do que ainda não conheço. Sentimo-nos
incompletos, passamos a necessitar daquele amor, daquele carinho, daquele
dialogo... Somente daquele.
Por mais que várias pessoas
estejam ao nosso redor, é como se estivemos vagos... É como se nosso interior
estivesse no interior da outra metade e corremos... Corremos de nós mesmo!
Corremos com medo de errar, com medo de tentar, com medo do consumismo do
olhar, com medo de respirar, de cumprimentar, de olhar e sorrir, de olhar e não
sorrir, de olhar e desviar o olhar, de olhar e ficar encarando! Temos duvidas,
será real? Vale à pena? Será que ela sente o mesmo? Será? Será? E ficamos
imóveis, ficamos totalmente imóveis na luta por aquele amor tão grande, tão
forte...
O resultado daquela soma vai dobrando
seu valor, e cada vez com mais medo, mais cresce este sentimento. E depois da
decepção de uma declaração queremos chamar a atenção. Provocar o improvocável...
Queremos fazer nascer o que ainda não há como surgir. E nos esquecemos... Esquecemos-nos
e vivemos para este amor, nos esquecemos e fazemos tudo para este amor.
Sofremos ao ver-la feliz, e ao vê-la seu sofrimento logo acaba.
São incertezas, são contradições.
Ali realmente havia amor... O amor real, o amor digno, o amor amigo, o amor
apaixonante, o amor do bem, o amor que destrói o mal, o amor que por ser tão
grande, tão complexo, logo se torna o mais imperfeito.
A seta vem, acerta um único
coração. Logo surgem as trocas de olhares, mas somente um estava enfeitiçado...
Somente um passa a ver o outro de outra forma, passa a amar, passa a querer,
passa a ajudar mais, se aproxima o máximo que pode, faz o possível do impossível
para realizar minutos, segundos talvez, de um sorriso. De um sorriso sincero,
de um olhar mais avaliador, minutos de um coração aberto...
Mas a vida é assim, vamos amando,
vamos alimentando um sentimento e lá na frente, quase no fim, no nosso fim, no
fim do sentimento as coisas começam a mudar, sorrimos: valeu à pena esperar! Mas
não... Nem sempre é assim, e por não ser assim, e por sabermos que é assim,
começamos a querer esquecer este sentimento, saímos, e em outros lábios
tentamos esconder o que na verdade estes desejam, e com outro olhar tentamos
esconder o que por dentro é irreconhecível e ocuposo, tentar convencer-se que
era bobagem, que nada daquilo existe em si... Perca de tempo! A saudade cresce
mais, o desespero aumenta mais, e vai aumentando um abismo que para ser
ultrapassado leva horas, dias, anos. E neste tempo, o amor, aquele amo
triplica, quadriplica, vai se desenvolvendo, passa a caminhar dentro do sangue
passamos a respirá-lo, e sentimos... Sentimos o que tanto necessita ser
compartilhado. Sentimos o que tanto queríamos que o outro sentisse... E é
justamente o que outro diz que não pode sentir, não vai sentir, não quer sentir
ou se engana que não sente.
Ei, tente mais uma vez! A vida
vai continuar daqui a dois minutos, quem sabe estes são os seus dois últimos.
Se levar um não mais uma vez, este mesmo amor te levanta, te constrói, dar-te-á
forças para tentar mais uma vez.
Se ama, pare de correr atrás do
erros! Se preserve, pare! Respire, aguarde, aguarde, aguarde... Ainda há tempo,
ei, sempre a tempo, ou desacredita do tempo? Desacredita de você? Eu amo! E
todo este amor que eu descrevi é o que me leva a pensar tanto em você, a querer
tanto você... E quando penso, lágrimas caem do meu rosto por não te ter para
esquentar meus dias frios, para alegrar minhas manhas tristes, para completar
minha noite vazia. Para me completar! Para viver comigo todo este amor...
Por: Wesley Carlos